Manutenção de sistemas preventivos de incêndio

O sistema de combate a incêndio desempenha um papel crucial na proteção contra incêndios, pois visa conter rapidamente qualquer início de incêndio antes que ele se alastre. Isso não apenas salva vidas, mas também evita danos materiais e financeiros substanciais.

Infelizmente, é comum, especialmente no Brasil, onde a cultura de manutenção preventiva ainda não está totalmente estabelecida, encontrar edifícios com sistemas instalados que não funcionam adequadamente e servem apenas como decoração.

A abordagem ideal é realizar manutenções de forma periódica e consistente. Isso permite antecipar problemas e evitar grandes avarias, que costumam ser mais onerosas. Além disso, garante a segurança e tranquilidade dos ocupantes do edifício.

Economizar agora ao evitar os custos de manutenção pode se tornar muito mais caro no futuro.

Quem deve realizar a manutenção nos sistemas?

Tanto as manutenções preventivas quanto as corretivas devem ser executadas por profissionais qualificados, devidamente treinados e certificados. É fundamental que esses profissionais atuem em nome de uma empresa sólida, registrada nos órgãos competentes, como o CREA/CAU, e que ofereça garantia de seus serviços.

Infelizmente, muitos gestores e proprietários de imóveis ainda optam por contratar profissionais autônomos sem as devidas certificações, na busca por economia, em detrimento da qualidade técnica. Isso geralmente resulta em:

1. Problemas não resolvidos.
2. Aumento dos custos, devido à necessidade de contratar outro fornecedor.
3. Não cumprimento dos prazos acordados.
4. Falta de conformidade com a legislação em vigor, mesmo que o serviço seja entregue.

É importante pensar no sistema de combate a incêndio como você pensa em um carro na garagem. Se não for feita manutenção regular, ele começará a apresentar uma série de problemas, exigindo gastos significativos.

Quais sistemas devem passar por manutenção preventiva?

Diversos componentes dos sistemas de combate a incêndio precisam de manutenção regular, incluindo:

1. Alarme de Incêndio e Detecção de Fumaça.
2. Hidrantes e Mangotinhos.
3. Chuveiros automáticos (Sprinklers).
4. Iluminação de Emergência.
5. Extintores de Incêndio.
6. Sinalização de Emergência.
7. Portas Corta Fogo e Eletroímãs.
8. Pressurização de Escada de Emergência.
9. Sistema Fixo de Gases.

O que é necessário saber para obter ou renovar o AVCB/CLCB?

O Corpo de Bombeiros estabelece, por meio de Instruções Técnicas (IT), os requisitos para a manutenção dos sistemas de combate a incêndio. Cada tipo de sistema instalado possui uma IT específica que define a periodicidade e os procedimentos de teste e verificação dos componentes.

A frequência das manutenções preventivas varia de 3 meses a um ano, dependendo do tipo de sistema instalado. Além disso, todas as manutenções devem ser registradas em um Relatório de Inspeção, que deve estar disponível para inspeção pelo Corpo de Bombeiros.

Recentemente, o Corpo de Bombeiros começou a exigir esses relatórios de inspeção para a renovação do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros).

Para a obtenção de um novo AVCB, cada sistema instalado deve ser testado para verificar se está de acordo com o projeto, funcionando corretamente e pronto para operação. Isso é chamado de comissionamento, e os resultados devem ser registrados em um Relatório de Comissionamento, que será apresentado durante a vistoria.

A falta de manutenção preventiva pode resultar na revogação do AVCB/CLCB

A negligência na manutenção dos sistemas de combate a incêndio não apenas afeta o desempenho do sistema, mas também pode resultar em sanções por parte do Corpo de Bombeiros. Em inspeções surpresa, programadas ou em resposta a denúncias, o Corpo de Bombeiros pode notificar, multar e até interditar o edifício, dependendo da condição dos equipamentos e do risco iminente para vidas humanas.

A falta de manutenção preventiva e o seguro da edificação

Se um edifício sofre perdas significativas devido a um incêndio e não realiza as manutenções exigidas pelas ITs, as seguradoras podem utilizar essa negligência como justificativa para não pagar a apólice de seguro. Portanto, é fundamental manter as manutenções em dia para evitar esse tipo de situação.

É importante destacar que os proprietários e responsáveis pelo uso de edificações são legalmente responsáveis por garantir o cumprimento da legislação de combate a incêndios, e qualquer sinistro de incêndio pode resultar em responsabilidade legal caso não se cumpra a regulamentação.